mapa de afectos
Segunda-feira começa a esperar pelo pai. Ao telefone, pergunta-lhe Já vens a caminho?
Terça-feira, ao telefone, pergunta-lhe Já vens a caminho?
Quarta-feira, ao telefone, pergunta-lhe Já vens a caminho?
Quinta-feira, ao telefone, pergunta-lhe Já vens a caminho?
Terça-feira, ao telefone, pergunta-lhe Já vens a caminho?
Quarta-feira, ao telefone, pergunta-lhe Já vens a caminho?
Quinta-feira, ao telefone, pergunta-lhe Já vens a caminho?
Sexta-feira de manhã, ao telefone, pergunta-lhe Já vens a caminho? A seguir pede-me uma folha e desenha uma enorme estrada vermelha, curvada e contra-curvada, cruzamentada e semaforada, um rio Tejo azul claro, a ponte branca, a ponte vermelha, vários autocarros e carros e barcos, a nossa casa no fim de uma curva grande, a nave com o pai lá dentro a segurar o volante com os dois braços estendidos. Ao longo do dia vai dizendo Agora já está aqui, Agora deve estar parado neste vermelho, Agora deve estar quase na ponte vermelha, Agora deve estar mesmo, mesmo a chegar... O pai chega e ele, logo a seguir aos Papá! Viva, já chegaste! felizes oferece-lhe o mapa. Para trazeres na nave amarela e nunca te perderes nos caminhos e vires sempre cá ter à nossa casa. E eu disfarço as vontades de chorar...
1 comentário:
Isso é que há-de ser dose. um beijo
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