das prendas - 1
No meio de pesagens de abóbora e de claras em castelo e demolhas de bacalhau lá consegui desencantar minutos e paciências para a busca de última hora. Espantei-me sobretudo com as esperas desapressadas para pagar e para os embrulhos feios de supermercado e congratulei-me por ter comprado (quase) tudo a tempo. Enquanto o pai o distraía na fnac encontrei o carro (grande e azul) que ainda trouxe chaves e buzinadelas e luzes que piscam de bónus e sprintei até à garagem para o esconder no porta-bagagens. Metade já estava. O camião foi mais complicado. Quando ouvi pela terceira ou quarta vez Mas tem que ser grande? e Mas tem mesmo que ser azul? comecei a irritar-me com os gorros de Pai Natal, comigo, com o miúdo e com o mundo. Fui salva só no domingo à hora do almoço por uma daquelas lojas de artigos de praia em que a senhora pacientemente rebuscou o armazém (Sabe, no Inverno estas coisas guardam-se porque só se vendem no Verão) até desencantar um camião grande e azul . Também verde e amarelo e vermelho, mas sobretudo azul. Pronto. Demiti-me de duende, voltei aos tachos e esperei para ver como era o domingo de manhã...
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