sábado, 17 de março de 2007

espertelhaçadas

O miúdo, para além dos poemas, também engraça com lengalengas, trava-línguas e cantorias. Passa pelos dias a ritmar Era uma vez um gato maltês, a enrolar-se nos Pia a pinta, pinga a pipa, e a desafinar cantorilices conhecidas e inventadas Era uma vez uma vaca que vivia num lindo tábulo... a mugir trálálá... E a dispadisparatar. Um pum pendurado no naiz. Blharg. Risos. Um xixi pendurado no naiz. Blharg. Risos. Uma gata pendurada no naiz. Blharg. Risos. Tudo o que lhe vier às ideias e às vistas pendurado no naiz. Blharg. Risos. Parvoíces e mais parvoícezinhas, Cocó, tu pareces um cocó, mãe, tens um pingo de cocó na blusa, pai. Risos e mais risos e mais risos. Um autêntico palhaço.
E, quase ao mesmo tempo, pequenas espertezas. Ouvidas talvez nos desenhos animados (mas ele vê tão poucos...) ou ao pai ou sabe-se lá onde. Não são pratos, são címbalos. Tás a ouvir eta música? O intumento que tá a tocar é um violino. Um géiser é assim um buraco no chão por onde sai a água, vrum, muito alto e depéssa. Metamofóse. É metamofóse, quando a lagáta se tanfoma em boboleta. Já vite que falua e lua são tão pacidas, é lua com o fa antes. Se calhá é um barco em foma de lua. Eu sei, também fizeram tradas e andavam em quadigas e tinham padas (depois de eu lhe dizer que a ponte era romana, construída pelos romanos, e os romanos eram...). Adeus em inguelês é goodbye. Di lá, mãe, goodbye. Muito sério, muito sabedor, muito explicador.
Um palhacinho esperto.

Sem comentários: