dias com poemas
No ainda não completamente reorganizado escritório tem crescido a prateleira dos livros que vão ser para ele quando espigar mais um bocadinho. Escolhas do coração. Algumas das minhas leituras de menina pequena e grande, algumas compras com ele ainda na barriga e depois já nos braços, alguns ainda na lista dos para comprar. O Principezinho, claro, a menina do mar e a fada oriana e os outros da Sophia, muitos da Alice (o Rosa, minha irmã Rosa e o Chocolate à Chuva e o Lote 12 - 2º Frente, tantas vezes lidos e relidos e rerelidos), a Dentes de Rato da Agustina (que contado muito por alto já me garante dentadas nas maçãs da cesta Vês? Dentes de rato! Foi a dentes de rato!), O pequeno livro dos medos e outros contos do Sérgio Godinho, O Gato e o escuro do Mia Couto e outros mais, perfiladinhos e arrumadinhos, à espera do tempo certo para sílabarem sonhos. Há dias foi lá pescar Aquela nuvem e outras e apareceu-me a meio dos desfiamentos do frango em pedinchices de Conta lá ete que eu já sou guerande. Um bocadinho a contragosto, que eu não simpatizo muito com o Eugénio de Andrade e não gosto de retardos no almoço, lá lhe lengalenguei as páginas. O miúdo tomou-lhe o gosto e agora poema-nos os dias com formigas, pastores, caracóis e joaninhas. O Miguel trocado por Simão para rimar com pão tornou este o mais peferido de todos.
Sete palmos, sete metros,
anda a formiga por dia
(sete palmos a correr,
sete metros devagar),
só para lamber o mel
que lentamente escorria
quer da boca quer do pão
quer dos dedos do Simão.
Ando cá em dúvidas se não devia reler o Eugénio de Andrade para ver se me passam as antipatias. Ah, e gosto muito das ilustrações da Joana Quental.
Aquela nuvem e outras, Eugénio de Andrade, Quasi Edições
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