segunda-feira, 2 de abril de 2007

o provincianinho em lisboa - princípios


Nas quase quatro horas de condução trocou os sonos que costumam ser habituais pelos Já chegámos? Agora já chegámos? de cem em cem metros, pelos Olha! Porcos! Olha! Vacas! Olha! Ovelhinhas! de duzentos em duzentos e pelos Poquê? Diz lá, é poquê? de kilómetro em kilómetro. Quando chegámos a Liboa, a terra onde o papá nasceu e para onde a mãe veio e onde se conheceram e viveram muitos anos, que o miúdo tem maus feitios para muita coisa mas boas memórias até para o que é dito em descuidos, espantou-se com a guerande ponte vemelha e o cristo-rei e transferiu as atenções dos quadrúpedes para os motores Tantos autocarros! Tantos carros! e Poque é que parámos? Poque é que parámos outa vez? Mas não há aqui confusões nenhumas... acusou-me de dedo espetado quando aterrámos na casa. E teve razão, que eu descrevi-lhe multidões e aglomerados de prédios e metros cheios e pressas mas levei-o para uma casinha de brincar no meio de árvores fenomenais (ai o tempo que me faltou para as fotografar...) e de melros e de esquilos. Uma pena as camas serem tão irregulares, que na metade das noites que não insonei em voltas à procura de confortos e dos cinco kilos da gata nas pernas, andei em fugidas de pés e mãos e cabeça, que o miúdo, que tem péssimos dormires em lençóis desconhecidos, prescindiu da chucha recém-catalogada-objecto-de-bebé mas não dispensou a mãe ali mesmo ao lado. Eu góto muito desta casinha, ainda conseguiu sussurrar depois dos ralhos Agora é que acabou mesmo, toca a dormir.

Sem comentários: