desinquietações
Hoje o miúdo descompareceu nas aulas e eu arredei-me das ocupações costumeiras com a justificação de uma consulta que nos fez madrugar num autocarro praticamente despovoado de pessoas e de pressas. O Ainda bem! risonho com que ontem acolheu o meu Amanhã não vais à escola deixou-me moída de preocupações, que eu ando a fazer por desimportar o amarelecimento das verdes animações do início. Denuncia sonos nos acordares, fadigas no Nestum, irritações lá nas brincadeiras com os amiguinhos, desapetites nos almoços, alegrias assim que me vislumbra, inércias e resmunguices no banho e no jantar. Finjo apoucar Isto é porque não dorme a sesta, Isto é porque está sempre embaraçado de ranho, respira mal, Isto é porque ainda não se amigou bem com os outros, mas as apreensões vão inchando. Ontem às seis da tarde, no sofá, não houve cócegas nem beijinhos nem Filho! Filhinho! que lhe invertessem os sonos que se lhe entranharam nos escassos dois segundos que gastei a baixar o lume à sopa de ervilhas. Hoje acrescentou à lassidão uns trinta e oito graus que lhe acidularam os humores e as fomes e se não fosse a colher e meia de Ben-u-ron e a de Aerius desconfio que esta noite era de vigília. E não sei que desvontades me maçam mais, se as de comer, se as de ir à escola...
2 comentários:
Os meninos como os nossos têm uma estranha capacidade de se fartarem depressa das novidades da escola. É isso? Sofre-se com isso, Ângela. São as tais desinquietações, como lhe chamas. beijo
Das novidades que deixam rapidamente de ser novidades, dos trabalhos (fichas que se calhar não faziam muita falta aos quatro...), até dos outros meninos...
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