quarta-feira, 11 de abril de 2007

duas da manhã

Começaram a ecoar-me no meio dos sonhos, os Mamã! Mamã! aflitos e os choros. Fui lá, tonta de sono, aos tropeções no escuro, desabituada destes despertares sobressaltados a meio da noite. É uma gânde libelinha, mamã, com umas enómes asas, e ela picou-me. Picou-me muito, doeu muito. Com choro, choro a sério, dorido. Mais um insecto pequenino, amarelo e côrrosa, com asinhas, sabes como se chama? Abraço-o e explico pesadelos, aponto inexistências de tais voadores ali na penumbra do quartinho enquanto me questiono sobre a recorrência, os insectos atormentadores de sonhos, que é feito dos monstros? Deixo-o aconchegadinho em mimos, volto para os meus sonos. Passado um bocadinho outra vez Mamã! Mamã! Tenho medo! Devo lá ter voltado umas três vezes. Na última, já de argumentos em falta, sugeri-lhe sem grandes esperanças Escrevo num papel Pesadelos, xô, vão-se embora, é proibido entrar no quarto do Simão, boa, filho? Boa mamã! Já quase a adormecer congratulei-me com os silêncios no quarto ao lado.

De manhã tinha quatro babas na testa, três na bochecha, duas na mão esquerda, uma na mão direita e uma no braço. Vês, mamã? Eu disse-te que havia aqui uma libelinha!

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