terça-feira, 20 de janeiro de 2009

notícias do exterior

Esta é a Madonna, esclareceu-o o pai, é uma cantora muito conhecida que já fez muitos discos e... os dois em zappings com apetite de documentários sobre aranhas e orangotangos. É feia. É mesmo, mesmo feia. E a música é horrível. É mesmo, mesmo horrível. Eu cá só gosto da música portuguesa do brasil, da Maria João e das clássicas. A Madonna é um blhec.

E é verdade. O miúdo gosta dos brasileiros todos que lhe ponho e que lhe canto, das infantis que desafinamos juntos e em que ele, por esquecimentos, reinventa as palavras, da Maria João, do Zeca e do Sérgio Gordinho e do Beethoven porque toca notas tão altas que até se tem medo e depois tão baixinho que quase não se ouve e de Mozart e de outros que agora não me lembro. Mas este blhec à pop comercial eu, à cautela, vou aqui reservar para quando ele me e se ensurdecer com as barulheiras da adolescência daqui por uns anos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

notícias do interior

Às trinta semanas (mais-dia-menos-dia, que a cada ecografia aumentam-lhe ou diminuem-lhe tempos) o miúdo já se virou do avesso, encaixou a cabeça e parece apressado para nos escorregar para os braços. Teima, porém, em sossegar-se tanto que às vezes só quando me vou deitar, já em preocupações com as desagitações, é que recebo uns ligeiros remeximentos.

domingo, 18 de janeiro de 2009

adenda

Não tenho ilusões e muito menos pretensões acerca disto, que os miúdos crescem e têm feitios e vontades e gostos deles e as educações podem influenciar mais ou menos os adultos em que se vão desfigurar. Andamos por museus e exposições e bibliotecas tal como por parques infantis e jardins e cinemas e supermercados quando os armários da cozinha se esvaziam. E de tudo ele há-de memorizar alguma coisa consoante os percebimentos do que vê, a coisa em si e os interesses pessoais, que estão lá e não sei se se educam. Ontem, por exemplo, não sei o que mais lhe agradou: se os quadros da Paula, se os quadrados de alecrim e salva e tomilho e madressilva que cheirámos a seguir na horta mascarada de jardim do lado de fora ou se o camião dos reciclados que junto ao portão do palácio e com grande aparato consumia papéis e cartões de um contentor enterrado. Foi, aliás, o que desenhou quando chegou a casa, que o miúdo agora desenha sempre o que viu e o que quer pedir ao Pai Natal no próximo dezembro e as chitas e os pinguins e os cangurus bebés dos documentários. Da escola chegam-me, contíguas às queixas do mau feitio, da agressividade e da desobediência, os elogios às participações nas conversas e às variedades dos idos e vistos. Eu cá não sei se o miúdo fica nutrido de sabedorias e culturas com estes passeios de fim-de-semana e de fim-de-tarde . A única coisa que espero é que as práticas de menino lhe produzam hábitos e interesses em crescido. E, claro, memórias de bons momentos em família. Se isto acontecer já fico muito contente.

sábado, 17 de janeiro de 2009

paula rego

No penúltimo dia fomos ver a Paula Rego a Algés.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

meia, liga, meia, liga, meia...

Com uma das lindíssimas lãs da Ana, muitas páginas de instruções e alguns videos começo a tentar encarreirar um casaquinho para o miúdo que já não me deixa caber nas roupas quentes dos outros invernos.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

o rei dos excessos

Não é sobre o meu filho, a descrição, mas podia ser. Serve-lhe melhor do que as camisolas do ano passado que estão a ficar com as mangas atrasadas para os pulsos.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

o rei do mau-feitio

Ontem voltou coroado de papel dourado, cansaços olheirentos e queixas. Que berrou e birrou, que se excitou em damasia, que não parou quieto, que não obedeceu a nada, que respondeu torto a todos, que recusou a sopa, que atirou com a porta e com as cadeiras, que bateu a miúdos e pontapeou graúdos, que disse Isto não presta para nada, eu vou pedir à minha mãe para me tirar desta escola. Difícil, o meu filho transforma-se difícil nestes primeiros dias de desrotinamento dos hábitos caseiros das férias. Que concerteza devem ser ciúmes do irmão que aí vem. Eu falei e ralhei e ameacei em acompanhamento do pão e do iogurte mas depois, enquanto ele readquiria as calmas numa sesta voluntária no sofá, fiquei-me a pensar nas justificações. Que antes era por ser filho único, os egoísmos, as dificuldades em partilhar, o não saber brincar com os outros miúdos. Que agora é do irmão, os ciúmes, o ter que dividir espaços, brinquedos e afectos, a mudança que vai ser muito vasta quase aos seis anos. E tenho dúvidas com as causas, mas guardo-as para mim, que gosto muito da educadora e da auxiliar desta escola a que ainda chamamos nova e elas só me contam em tom doce e com festinhas na barriga e com muitos Não se preocupe e Não se rale a suavizar as agressividades porque eu insisto em perguntar. É que eu acho que não é disso. Ou não é só disso. É sobretudo da falta de meio. E isso não há presença ou ausência de irmão que resolva...

domingo, 4 de janeiro de 2009

domingo


Na pausa da chuva fomos achar cogumelos e migalhar meio pacote de shortcakes para os patos e pavões que atravessam do jardim do museu da cidade para as relvas do campo grande sem se atropelarem.