quinta-feira, 31 de julho de 2008

flores de areia

Até na areia o meu miúdo consegue esbarrar em flores para me oferecer.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

verão azul

Os verões, quando não se aumentam para cima dos trinta, são azuis. E sabe-me tão bem, este azul vagaroso, despreocupado, de pressas e tarefas adiadas. Azul que muitas vezes amanhece envergonhado, acinzentado, molhado, ventado. Assim gosto muito do verão.

terça-feira, 29 de julho de 2008

beach toy


segunda-feira, 28 de julho de 2008

beach boy

Inaugurámo-nos na praia.

domingo, 27 de julho de 2008

mar de alguidar


sábado, 26 de julho de 2008

eu é que sei

É uma ralinha mágica porque rala a sopa e deita pós mágicos que são as vitaminas. O chão está buracado porque é errado dizer esburacos. Umbigo, dois bigos, três bigos. Os ténis têm atadores porque os cordões não atacam ninguém.

As lógicas e as argumentações, para além de me darem trabalho, ainda conseguem enternecer-me.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

shop(ping) updates

Passeámo-nos pelo meio das segundas baixas e dos menos setenta por cento, de olho em calças e T-shirts de seis e sete anos para calores mais crescidos. Eu não engraço muito com os saldos, que descuido-me sempre dos princípios e nestes preços baixinhos dos meios e dos fins raramente avisto aconchegos que se me encaixem nos tamanhos e nos gostos. E depois ainda há a maldade das novas colecções, uns trapinhos apetitosos ali mesmo nos cabides vizinhos, quentes, mornos e frios, a baralharem as estações, as necessidades e os desejos. Assim, em Julho, voltámos para casa, eu e o miúdo, precavidos da chuva e do frio. Ele disfarçado de zebra, eu de capuchinho vermelho. Apetites satisfeitos, precisões nem por isso.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

mousse de ananás

Claro que isto agora exigia reflexões sobre amigos e não-amigos, dificuldades e problemas, confianças e à-vontades, timidezes e escritas, mas hoje não me apetecem psicanalidades. Vou antes ali para a cozinha converter os ovos, o leite condensado, a gelatina e o ananás na sobremesa do jantar.

prontos ou não, aí não vou eu

Não consigo dizer às pessoas de todos os dias que tenho um blogue, este blogue. O outro endereço sem problemas nos cartões castanhos que se agarram às coisas e que se vão espalhando por casas distantes. Mas este emudece-me. Às vezes sinto as palavras a crescerem-me cá dentro, o bê redondo, o éle magrinho, o é do fim, Sabes, tenho um blogue, mesmo propositado no meio de um qualquer diálogo sobre rotinices ou internetices ou futilidades. Avolumam-se, as letras, prontinhas para saltar para o meio do palavreado. Sabes, tenho um blogue. Frase simples, curta, prática.

Não a deixo comparecer nas conversas. Agarro o bê e dou a última receita de bolo de chocolate, uso o éle para a lista de necessidades do supermercado, enfio o é nas mais recentes asneiras do miúdo. Argumento um não silencioso mas convicto ao Sabes, tenho um blogue e envio-o para o lugar das palavras não-ditas. Sem vontade de desperdiçar tempos a debater a estranheza ou a recorrência da atitude, vou tentando escrever e mantendo-me silenciosa sobre o que escrevo.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

o segredo do homem é a própria infância *

Este blogue faz-se sobretudo de despresenças. Sem necessidades nem intenções de paragens, doem-me quase diariamente os não-escritos. Até já cogitei aí uma meia dúzia de vezes suicidar este http, desistir de vez de redigir avanços e desavanços da criança nos dias. Segurou-me, como me segura sempre, o amor que lhe sinto e a vontade de lhe deixar a infância manuscrita para (talvez) o amparar nas prováveis dificuldades de adulto. Prometo-me, mais uma vez, assiduidades, que duvido conseguir concretizar.

* Frase do João dos Santos, de quem muito gosto.

terça-feira, 1 de julho de 2008

gelatina de palavras


Pede-me Diz-me as letras de camaleão, Diz-me as letras de rã, E sapo?, Dinossauro, quero escrever dinossauro, é uma palavra grande, não é? enquanto disperso o pó nos quinhentos mililitros de água a ferver e depois nos quinhentos mililitros de fria. No fim guardamos as tijelas no frigorífico e os restos do pacote na caixa dos desenhos. Vês? Já sei escrever, não preciso de ir para a escola.

Cá por casa quase nenhumas caixas de cartão vão renascer para o ecoponto. Preferimos promovê-las a rabiscos e (ultimamente) a palavreados.