segunda-feira, 16 de abril de 2007

geografiando

Lembro a minha avó Rita, viúva, que nunca andou na escola e que se dava quase tão mal com a minha mãe como eu, em lastimações pelos passos andados Se eu agora tivesse vinte anos outra vez fazia tudo diferente do que fiz. E lembro-me em menosprezações de tal (re)viver descontentado com as curvas não viradas. Agora, num percurso um tudo-nada diferente do que projectava percorrer, dou por mim algumas vezes em meditações sobre as encruzilhadas e os caminhos do lado. E reconheço-as, às dúvidas geográficas, que nos fizeram calcorrear planícies encaloradas e oestes ventosos e subúrbios aglomerados e por fim pousar numa beira-mar de veraneantes, sempre em busca de uma casa térrea, com telheiros frescos, barras amarelas, animais na relva e campo a perder de vista. Revejo mentalmente os passos e os cruzamentos e percebo que a estrada recta esteve sempre ali mesmo ao lado, à distância de um simples virar, enquanto eu toupeirava em círculos à procura do lugar ideal.

Volto ao princípio. Com mais anos, mais pesos e um filho, mas com algumas certezas. Geocentro-me. Sei de onde parto e (acho que) sei onde quero chegar.

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