terça-feira, 26 de junho de 2007

no museu berardo

Ainda me detive nos vai-não-vai, mais nos não-vai que nos vai, que eu sou um bocadinho avessa às numerosidades dos primeiros dias, agora desde que o tenho ainda mais. Mas na segunda à noite o Mário disse-me das notícias, que eu é que estou em lisboa com quarenta e tal canais na televisão mas ele é que me relata telejornais e enquanto passava a ferro as músicas inaugurais lá ao longe convenceram-me. Fiquei-me pelos vai e fui preparando o miúdo pelo caminho, Agora vamos ao museu. Tem escorregas? Não. E carrinhos, tem carrinhos e binquedos? Não, filho. Tem livros? Não, não é a biblioteca, é um museu. Tem quadros, muitos quadros. Ah, então é para ver e pensar, não é? Pois... sim, é mais-ou-menos isso, sim... Mas... mamã, não há meninos, desiludiu-se nas entradas. Mas há garrafas e quadros e outras coisas giras, tentei eu compensá-lo, a calar os já quase compulsivos não corras e não grites e não podes mexer em nada e poramordedeus não me fujas para não começarmos mal. E até começámos bem. Esteve com muita atenção no dois, gostou do menos e só no debaixo sem menos é que resmungou fomes e sedes e colos e vontades de brincar. Claro que teria preferido mexer nos quadros (pois, eu sei, as sujidades, os estragos, mas percebo-lhe tão bem estas vontades de passar as mãos pelas tintas...) e beber água e comer bolachas dos dinossauros e jogar às escondidas atrás dos 364 suisses morts mas acho que até gostou. Veio a debitar pintores e estilos, elegeu preferidos, contou cores, descobriu estórias e imagens sentado no chão em frente aos abstractismos, não fez nenhuma birra. Ganhou um lanche nos pastéis de Belém.

Eu se calhar tinha preferido os vagares de ver e ler e fotografar sem filho acoplado. Ou, agora que penso nisso a sério, se calhar não. O Gostei muito do museu final compensou as pressas e as desatenções. Ainda hei-de ter saudades, das pressas e desatenções...

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