domingo, 12 de agosto de 2007

oferece-se

E depois penso no curriculum vitae que é suposto ter elaboradinho, bonitinho e prontinho para remeter a quem procura desocupados com precisão de se ocuparem. Como é que preencho o vácuo laboral dos últimos quatro anos? Mãe a full-time, será que devo redigir assim? Especializada em ranhos, tosses, cocós, estórias e cantilenas, legos e carrinhos, birras, beijinhos mágicos para curar dóidóis, palmadas e estratagemas para fazer comer a sopa? Experienciada em ementar os dias, evaporar os pós, não deixar o cesto da roupa suja transbordar, não deixar o frigorífico esvaziar? Será que abona alguma coisa a meu favor, a cronologia preenchida? Duvido muito...

2 comentários:

Paula Sofia Luz disse...

Acredita que terás saudades. Às vezes apetecia-me ter ficado assim, mãe-todo-o-dia. Às vezes ainda tenho dias em que me apetece, mesmo sabendo que isso me passa pouco depois.
É que fazer isso tudo ao fim de um dia de trabalho...é obra, mesmo com toda a ajuda.

ângela disse...

Não é só o ser mãe-todo-o-dia. É ser mãe-todo-o-dia-com-pai-só-ao-fim-de-semana, mais caseirar-um-quarto-do-dia e trabalhar-no-tempo-que-sobra e sem ajudas nenhumas. No fim fico-me sempre com a sensação de me sair mal nas três tarefas (que isto tudo e bem não há quem...) e de não estar a aproveitar da melhor forma um tempo de que (sim, eu acredito que) terei saudades. Muitas.