quinta-feira, 16 de agosto de 2007

ou o ovo primeiro?

Mamã, já posso acordar? Todas as manhãs assim, acordar em vez de levantar, como se os despertares só se dessem de pés no chão. Salta-me para a cama, pinotes e rebolanços e puxões no rabo da gata, ele e o barco grande e o regador que o pai finalmente se lembrou de fazer viajar para cá. Vamos à praia? Ou vamos à piscina? Diz lá, responde! Preguiço-lhe huns e vagos sins ainda de olhos fechados, a logorreia Mãe, mãe! Acorda! Já é dia! MÃE!, ineficaz a desentorpecer-me. Atira-me o regador à cabeça. Com força. O plástico amarelo e verde, rijo. Salto, irada, o regador na mão, o impulso descontrolado de o atirar. À parede, ao chão, à cabeça dele. Os olhos retraídos param-me. Mas... tu és a mãe, as mamãs não se irritam...

Pede-me desculpa. Peço-lhe desculpa. Damos beijinhos e regamos a salsa.

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