quinta-feira, 25 de outubro de 2007

hoje soube-me a pouco

Às duas foi o xixi, que a fralda da noite ainda não foi prescindida e eu já me estou a mentalizar para o diagnóstico de enurese daqui a seis ou sete meses. A resmungar troquei as flores vermelhas pelas bolas azuis, troquei-lhe o robô pelo barco. Às quatro foi o vómito, ranho, aquilo só me parecia ranho, igualzinho ao que lhe entulha o nariz, que nem cheiros azedos tinha. A resmungar muito troquei as bolas azuis pelas flores verdes, troquei-lhe o barco pelo urso. Às quatro e meia mais vomitamentos, enfiei-lhe um tupperware debaixo da boca, não troquei nada mas resmunguei à mesma. Às cinco mais um, ranho, agora fiquei mesmo com a certeza que era ranho, até foi ele que segurou o tupperware mas queixou-se tanto das dores de vomitar que ainda considerei, sempre a resmungar, enfiar-nos num táxi a meio da noite a caminho das urgências. Das cinco e pouco às oito acordou-me mais ou menos de vinte em vinte minutos a pedinchar assoamentos e água. E a febre, sempre a febre, voluntariosa, a ziguezaguear entre os trinta e seis e poucos e os trinta e oito e muitos, desobediente ao ben-u-ron e a todas as lógicas de aquecimentos nocturnos e arrefecimentos matinais. Das oito às dez dormiu profundamente enquanto eu resmungava muito, muito, muito contra os vírus escolares.

Estou farta de levar roupa para o cesto da roupa suja. Estou farta de o assoar. Estou farta de lhe enfiar o termómetro debaixo do braço e colheradas cor-de-laranja na boca. Estou farta de me ouvir a resmungar. É uma pena, porque dormir com ele é tão bom...

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