quinta-feira, 7 de maio de 2009

a lição de animação

O miúdo de vez em quando descontenta-se com as saídas menos habituais e eu aceno-lhe razões, que ele veio de férias ao mesmo tempo que o irmão se tornou pessoa e nos primeiros trinta e poucos dias, com chuvas, frios, desacertos nas mamadas, cansaços e noites de poucos sonhos, caseirámo-nos mais do que o usual. Respondo-lhe sempre com as sortes, que este bebé que nos invadiu a casa e as noites de sonos seguidos chora pouco, olha muito, dorme q.b. e atrela-se para todo o lado sem grandes exigências nem queixumes. E continuo a brincar com ele, brinco quase tanto como brincava, com plasticinas e piratas e carrinhos, e ensino as letras e as adições simples, e leio estórias e vejo documentários sobre anacondas e morsas ao mesmo tempo que dou de mamar, e ensaboo mãos e pés imundos e escovo dentes achocolatados enquanto o outro às vezes chora fomes e colos, e despeço-me sempre com o Uma noite feliz, não caias da cama e não partas o nariz. E ainda lhe digo mais vezes que gosto dele. Gosto muito, muito, muito de ti, filho-bebé-tão-crescido. E prometo-lhe que mais dia menos dia vamos sair outra vez muito. A quatro, o que ainda vai ser melhor.

A semana passada comecei a obrigar-me a realizar as promessas, que o tempo aclarou e o pequeno ganhou centímetros e (algumas) gramas. O miúdo descompareceu nas aulas de todos os dias e fomos ao São Jorge ao Indie Junior. Eu, o pai, um miúdo crescido e contente Eu aprendo mais coisas nestes sítios do que na escola, não é, mãe?, e um miúdo pequeno encasulado em mim numa barriga azul de pano quase tão confortável como a que o abrigou durante trinta e nove semanas e um dia. No fim o grande confirmou Virmos os quatro é mesmo melhor do que os três. Pois é, filho, pois é.

1 comentário:

Paula Sofia Luz disse...

:) Muito melhor.