segunda-feira, 30 de agosto de 2010

esperas

A mesma médica que há dezoito ou dezanove meses me prescrevia caminhadas para convencer a descer um bebé que insistia em alojar-se-me encostadinho ao coração desta vez recomendou-me descansos Porque os gémeos nascem quase sempre antes e o mais certo é nem chegarem a setembro. Isto acrescentado às muitas mães que afirmam não ter conseguido evitar o primeiro dia nas trinta e duas ou trinta e três ou trinta e quatro semanas, a uma barriga pouco crescida em quilos mas muito aumentada em centímetros e a uma ecografia que os mostrou com os mesmos pesos e comprimentos de um bebé que se encasulasse sózinho fez-me afirmar aos amigos Isto de certeza que não passa do meio de agosto. O que até me desconsolou um bocadinho, que os calores, luzes e energias do oito tornam-no o que mais desgosto dos doze e não sei se o fogo dos leões se me encaixava bem nas águas dos peixes. Por isso agora vou respondendo uns Não, ainda nada., espantados aos crescentes mails e telefonemas e mensagens, admirada com a ausência de contracções e de vontades de quererem nascer. Ontem entrei nas trinta e seis semanas e depois de passar tantos meses inquietada com prematuridades e incubadoras sinto-me cansada dos já quatro quilos e tal de gente, dos pés inchados, dos formigueiros nas mãos ao acordar, das dificuldades nas locomoções e nos pegares ao colo no meu (por enquanto único) bebé e acho que estes miúdos cá de dentro já podiam ir dando sinais de querer vir cá para fora...

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