terça-feira, 28 de novembro de 2006

ti nó ni, ti nó ni


Começou tudo por causa de um escorrega que é já ali e depois só mais uns barcos adormecidos no escurinho mesmo aqui ao pé e é só mais um bocadinho que é tarde, mais que horas do ó-ó... Acabou ao colo de um senho bombeio, maravilhado com os casacos vermelhos, a ambulância por dentro, as mangueiras, a água (tão fria!) dentro dos enormes camiões e as luzes. Praticamente ignorou o presépio ainda em construção e embeveceu-se com os capacetes, a mota (mau!) e a betoneira. O rapaz, ainda novo, provavelmente ainda sem filhos, atrapalhou-se com o chorrilho dos E é poquê? e Pa que sevir ito? e com os dezasseis kilos excitados e remexidos escadas abaixo e acima. Eu espantei-me (como me espanto sempre) com a total ausência de timidez e com a facilidade com que se agarra a mãos e colos desconhecidos.
A caminho de casa, tonto de sono mas sem birras, anunciou decidido que quando fôr grande quer ser bombeiro. E Pai Natal, claro, decisão tomada e mantida há um ano.
No dia a seguir desenhou o senhor bombeiro Nuno, com cabelinhos e capacete amarelo e agora temos que ir lá oferecê-lo ao responsável pelas escolhas presentes do futuro.

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