sexta-feira, 29 de junho de 2007

24=2

Portanto os dias agora arrumam-se assim, em ciclos certos de doze. Até me dá vontade de rir, a redondez do número, a sugestão de rotineira regularidade. Acorda às oito e adormece às vinte, ritmo mais escolhido por ele do que por mim. Mais minuto, menos minuto, que eu até já desisti dos relógios de pulso. As primeiras doze são longas, ainda mais longas desde que os sonos da tarde foram terminantemente recusados. Tento equilibrar cozinhados, limpezas apressadas, compras imprescindíveis, necessidades da gata e da cadela e jogos, desenhos, plasticinas, saídas, brincadeiras e quase nenhuma televisão. São simultaneamente lentas e apressadas, cheias e vazias e chego sempre às vinte cansada de tanto malabarismo caseiro e com a sensação de não ter feito nada. Das segundas doze gasto pelo menos sete a dormir (seis na melhor das hipóteses ou quando não consigo parar de ler...) e pelo menos três a pré-cozinhar almoços e jantares do próximo dia, a lavar, estender ou passar calções e t-shirts multicoloridas, limpar pós, lavar tachos, endireitar almofadas... Nas poucas que me sobram faltam-me energias e ânimos...

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