quinta-feira, 28 de junho de 2007

eu não tenho sono e não vou para a cama

As irresoluções nasceram lá, na casa velha, como ele agora lhe chama sempre. O miúdo a argumentar com aumentos nos centímetros e casas de legos para tijolar e eu umas vezes em sins e outras em nãos. Nãos pelos jantares mal digeridos no meio de birras e de pálpebras quase fechadas e sobretudo pelas pilhas de roupa por passar e pós para limpar e trabalhos para adiantar. Cá as indecisões ainda cresceram mais, desrotinaram os dias, desregularam as horas. Tarde com sesta, deitares desorados, acordares a meio da manhã; tarde sem sesta, birra ao jantar, deitares mal-dispostos, acordares cedo. Manhã calma, tarde sem sono; manhã passeada, sesta pequenina; manhã corrida, sesta prolongada, noite cantarolada até às onze, onze e muitos... Os meus dias irritados, desesperados, curtos, curtos, cada vez mais curtos...

Na segunda, enquanto a banheira enchia e o peixe refogava, adormeceu no sofá. Coisa rara, o miúdo deixar os cansaços vitoriarem. Fiz o novo horário mais depressa do que o jantar e acabaram-se-me as hesitações. Agora é banho às seis e meia, jantar às sete, cama às oito. Sem sestas. Janta bem, ainda brincamos e cantamos e lemos as estórias. E faz menos birras.

E eu ganhei cinco horas. Cinco! Incrível a quantidade de coisas que se faz das oito à uma!

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