sábado, 9 de junho de 2007

um euro e vinte e cinco cêntimos


Hoje somámos semáforos piscapiscadores, uma escola de janelas coderrosa, um lago, um hotel, um hospital e uma farmácia. Gizou os telhados, todos os telhados de todas as casas, de vermelho curo, que o miúdo já anda um bem-falante mas as acelerações e as preguiças ainda lhe desprefixam e desufixam muitos vocábulos, inventou flores sorridentes e exigiu-me um sol na parede, Assim as senhoras nuvens não vêm deitar chuva para apagar a aldeia. E foi um corrupiar de amigos-táxis e de amigos-autocarros e de amigos-comboios em demoras de três dias e um infectar com constipações e gripes e vomitamentos, todos a caminho do médico no hospital e dos xaropes na farmácia...

E eu, espectadora de risos felizes e depois desencardidora de joelhos, pernas e mãos empoeiradas, Já viste que pareço o Elmer, mamã?, apaziguei de vez estas inquietações que de quando em vez me assolam, se as brincadeiras em euros são mais alegres do que em cêntimos. Como no um de junho em que o gigantismo dos embrulhos transportados por pais e mães de crianças ausentes me deixaram duvidosa quanto ao livrinho baratinho de dinossauros ferozes com dentes e patas e asas de pegar e despegar, será que o meu puto era mais feliz e birrava menos se eu hoje lhe desse um carro telecomandado ou uma mota barulhenta?

Mas os dinossauros são lidos e reinventados, Olha mamã, assim é o rex com as asas do pteranom e assim é um stegosauo com o rabo do ba... brachiosauo e o pó do giz invade o quadro, o chão e as mãos todos os dias. Não sei se brinquedos caros e grandes fazem meninos felizes mas sei que uma caixinha de paus de giz deixa o menino cá de casa muito feliz.

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