quarta-feira, 7 de maio de 2008

um segredo coloreto, quem está livre livre está.

É que foram dias muito, muito, muito complicados. Um mês, ou dois, ou um e meio, nem sei, que quando deixamos de dormir o tempo mede-se em sequências inexactas dos relógios. Os adenóides agigantaram-se e entupiram-lhe as inspirações diurnas, as amígdalas agigantaram-se e entupiram-lhe as inspirações nocturnas, eu entupi-me de medo das apneias de vinte e tal segundos e de insónias e de telefonemas para lhe urgenciar a operação. Ele enfadou-se da comida, olheirou-se, emagreceu. Eu esqueci-me de comer, olheirei-me, emagreci. Sobram-me centímetros nas saias do verão passado e ontem enfiei-me sem a miníma dificuldade numas calças cinzentas trinta e quatro. Trinta e quatro. Eu não me lembro de vestir trinta e quatro. Foi operado. Choramingou dores e recusas em engolir e ainda se despesou mais. A gata morre-me todos os dias um bocadinho.

Cansada, acho que nunca me senti tão cansada.

Sem comentários: