domingo, 29 de junho de 2008

o rei dos diabretes

Eu não gosto de bater. Nem de ralhar nem de gritar nem de me irritar. Eu não gosto mesmo nada de bater. Sobretudo quando a palmada, que se calhar devia ter aparecido logo nos princípios, se vai adiando e por isso surge destemperada e agastada, no auge do exagero dele e da falta de paciência minha.

Eu não gosto mesmo nada de lhe bater. Assim, exasperada, desesperada, depois de tudo o resto ter falhado.

E também não gosto de castigos. Mas hoje castiguei-o. Que o miúdo anda refilão, malcriado, desafiador, desadequado nos comportamentos às pessoas e às situações. Confirmaram-mo a educadora e a auxiliar, mas nem fazia falta, que eu já o tinha entendido nas chegadas e nas largadas. Só comigo está bem. Assim que mais alguém se adiciona hiperactiva-se em desenfreamentos, gritos e palavreados impróprios. Desgastam-me tanto, as bipolaridades deste miúdo, os extremos, a falta de meio. Depois das palmadas, dos gritos, das conversas, das contagens até vinte (e trinta e quarenta e...), dos ignorares e dos dez minutos a pensar na cadeira falharem redondamente, receitei-lhe o castigo no quarto. Anti-pedagógico, desaconselhado, causador de traumas e mais etecéteras psicológicos.

Sinto-me, também eu, de castigo.

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